Tudo aconteceu nas férias de inverno de 1998. Nunca se pode esperar algo muito bom quando quatro amigos decidem ir para uma casa de campo. Mas nós esperávamos, queríamos curtir, farrear. Era a casa de verão de Thaís, não a conhecíamos há muito tempo mas como ela nos convidou para ir, aceitamos; a casa ficava a uma hora e meia da cidade e pelas fotos parecia ser deslumbrante. Todos fomos, Thaís dirigia, no banco da frente estava Fernando e atrás estávamos eu, Vanessa e Arthur. Estava tarde, mal podíamos enxergar, nossa visão limitava-se ao espaço onde os faróis conseguiam iluminar. O silencio era tão profundo que incomodava. De repente, o carro freiou bruscamente. Um homem estava parado no meio da pista deserta e veio se aproximando lentamente, trajava roupas maltrapilhas e segurava algo em suas mãos. Aproximou-se do lado do motorista e bateu no vidro :"toc toc toc". O silêncio foi interrompido, todos ficamos desesperados: - Acelera o carro, acelera! - era só o que conseguíamos dizer Mas Thaís inesperadamente começou a abrir o vidro, a cada centímetro que ele abaixava ficávamos mais paralisados pelo medo, enquanto o vidro abria o homem levantava sua mão e vi que estava segurando um machado. Então Thaís deixou uma fresta considerável e o cumprimentou: - Boa noite seu George, como estão as coisas por aqui? - Está tudo ótimo, a casa está em perfeitas condições, arrumei tudo para que se sintam em casa Eles se despediram e continuamos o caminho, já estava bem perto de chegar. Nos acabamos em risadas ao perceber que estávamos estarrecidos de medo do caseiro, apesar de gentil não era uma das figuras mais agradáveis de se ver. Estacionamos, a casa era estonteante, uma piscina gigante, todas as paredes externas eram de vidro. Por dentro era muito bem decorada, sofás de couro e algumas cabeças de bichos empalhadas. Guardamos as coisas nos quartos e ficamos bem á vontade; persianas cobriam todas as paredes de vidro e balançavam conforme a brisa passava pelas frestas. Estava o escuro mais profundo, ouvíamos o barulho das corujas e dos trovões que começaram a aparecer. Não demorou muito e a chuva começou, podíamos ouvir cada pingo batendo no vidro. Eu estava sozinha na sala, Arthur , Vanessa e Fernando estavam no quarto arrumando as malas e Thaís estava no banho. o vento